O Lar Residencial da Fundação AFID Diferença

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O Lar Residencial da Fundação AFID Diferença é uma casa cheia de histórias que conta parte da nossa história.

Foi da necessidade de uma resposta de atendimento residencial que um grupo de pais de pessoas com deficiência e técnicos avançaram para a reestruturação de uma vivenda em Alfragide, adaptando-a e tornando-a numa estrutura integrada com o Lar Residencial, com capacidade para 11 clientes e um Centro de Atividades Ocupacionais (CAO), com capacidade para 20 clientes.

Mas a visão empreendedora e o espírito perseverante deste grupo de pessoas fez com que o sonho da construção de um equipamento inovador para o atendimento especializado de pessoas com deficiência se tornasse realidade. Em 1999 foi inaugurado o Centro Social e de Reabilitação do Zambujal. Este equipamento é constituído por várias respostas sociais e serviços que respondem de forma integrada e articulada às necessidades e expetativas dos clientes e famílias de pessoas com deficiência.

Esta resposta social é tutelada pela segurança social obedecendo ao cumprimento da legislação em vigor – Portaria nº59/2015 de 2 de novembro. Tem uma capacidade definida por dois Acordos de Cooperação, estabelecidos com o Instituto de Segurança Social, num total de 36 clientes. Centro Social e de Reabilitação do Zambujal com 25 clientes (5 em vagas cativas) e 11 clientes no Centro Social de Alfragide.

O Lar Residencial tem como principal objetivo apoiar famílias e pessoas com deficiência intelectual com idade igual ou superior a 16 anos que se encontrem impossibilitadas de residir no seu meio familiar.

O Lar Residencial da Fundação AFID Diferença define um conjunto de objectivos específicos a desenvolver com os seus clientes, nomeadamente:

– Promover o desenvolvimento e/ou manutenção da autonomia pessoal e social;

– Proporcionar bem-estar físico e psicológico necessário ao equilíbrio global;

– Proporcionar períodos de lazer e entretenimento;

– Facilitar o seu processo de inclusão social;

– Fomentar a participação activa na tomada de decisões, promovendo o empowerment;

– Garantir a melhoria da qualidade de vida.

Para a concretização destes objectivos é crucial estabelecer pontes e parcerias com outras respostas sociais e serviços (internos e externos) de forma a responder, integralmente, a todas as necessidades e expectativas dos clientes e famílias. Os clientes de Lar Residencial integram o CAO da Fundação, onde os clientes desenvolvem competências de acordo com o seu grau de funcionalidade. Usufruem, também, de acompanhamento no Centro de Medicina Física e de Reabilitação (CMFR) por uma equipa especializada orientada por uma médica fisiatra, onde os programas de tratamento individualizado proporcionam bem-estar físico e retardam os sinais de envelhecimento.

A necessidade de estabelecer uma rede de parcerias internas e externas ao serviço das necessidades individuais de cada cliente faz com que cada pessoa esteja no centro da intervenção. Este apoio, centrado na pessoa, tem como principal intuito apoiar o cliente na definição dos seus objectivos individuais, tornando-o responsável pelas suas decisões e promovendo a participação ativa em todos os domínios da sua vida. Este planeamento e monitorização são concretizados na elaboração do Plano de Desenvolvimento Individual (PDI). Tendo como premissa que o cliente está no centro da intervenção e que ele faz parte de um conjunto de sistemas que em sinergia promovem o seu equilíbrio, é fundamental que a intervenção da equipa se baseie na definição das suas necessidades, expetativas e potenciais, facilitando-lhe o acesso a respostas que lhe possibilitem atingir os objectivos inicialmente propostos pelo próprio, famílias ou representantes. Cada área que integra o PDI contempla um número equilibrado de objetivos que se encontram reciprocamente relacionados e a cada objetivo correspondem os respectivos indicadores de qualidade de vida.

Para a implementação da metodologia de intervenção centrada na pessoa definimos quatro fases distintas:

1ª Fase – definição e avaliação das necessidades, expetativas e potenciais dos clientes, através de avaliação inicial, com recurso a diferentes instrumentos de avaliação (Ex: ECA);

2ª Fase – Elaboração do PDI com a definição de objetivos, identificação de serviços e gestão dos recursos necessários para enquadramento nas actividades desenvolvidas internamente ou identificação de áreas de interesse externas à Instituição;

3ª Fase – Implementação do PDI através da realização das atividades e serviços para concretização dos objetivos propostos;

4ª Fase – Avaliação dos objetivos e das atividades definidas no PDI e, caso seja necessário, a sua redefinição.

Deparamo-nos com um novo desafio – o envelhecimento das pessoas com deficiência -, sendo este um paradigma recente na nossa sociedade e para o qual ainda se procura uma solução adequada e até mesmo uma legislação que tenha em conta a realidade atual. 81% dos clientes de Lar Residencial têm idades compreendidas entre os 36 e os 55 anos de idade, sendo que a média de idades é de 44 anos.

Entendendo a família como um sistema que contribui para a construção de soluções integradoras dos seus membros, esta condição é posta em causa ou por inaptidão da família ou pelo envelhecimento dos próprios pais, tornando-se incapazes de responder às exigências e necessidades da pessoa com deficiência, sendo o Lar Residencial a dar essa resposta quando a família já não é capaz de o fazer. Esta situação é evidenciada na falta de rede familiar de apoio – 15 clientes fazem parte de uma família monoparental, 11 não têm suporte familiar e apenas nove têm uma rede familiar de apoio regular.

A consciencialização da complexidade da intervenção com pessoas com deficiência implica uma aposta forte na constituição de equipas capazes de dar resposta às necessidades individuais de cada cliente. Olhar o cuidador formal não só pela lente da exigência profissional, mas também para a pessoa que cada um é, exaltando as suas competências individuais e procurando motivar as equipas para a importância de cada um na vida das pessoas com deficiência. Só com uma equipa motivada, empenhada e envolvida na missão da Organização se consegue alcançar um resultado de qualidade e excelência.

Texto da autoria de: Ana Cristina Fernando, Diretora do Lar Residencial da Fundação AFID Diferença

Atualizado em 6-Fev-2020 | Partilhar:

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