A Terapia Ocupacional é uma profissão na área da saúde, direccionada para a reabilitação e que intervém em qualquer faixa etária. O Terapeuta Ocupacional habilita a pessoa para a ocupação, optimizando a participação e/ou desempenho em atividades, de forma a promover a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida (Davis & Polatajko, 2004).
A abordagem de um Terapeuta Ocupacional (TO) é centrada na pessoa e nas suas necessidades, tal como nas ocupações significativas e no ambiente que a rodeia. Tem como objetivo o desenvolvimento e/ou manutenção de competências e reabilitação ou compensação de funções perdidas/lesadas, através do uso de técnicas e procedimentos específicos com base em ocupações significativas.
As ocupações promovem as mudanças necessárias na vida de uma pessoa, restabelecendo o equilíbrio emocional, podendo terminar com a solidão e promovendo a interacção social (Castro, Lima & Brunello, 2001, citado por Almeida, 2011).
“Entende-se por ocupação tudo aquilo que a pessoa realiza com o objetivo de cuidar de si própria (autocuidados), desfrutar da vida (lazer) ou contribuir para o desenvolvimento da sua comunidade (produtividade).” (APTO).
Já foi referido por grandes TO’s que o uso de actividades comuns de forma terapêutica era um dos factores que nos distingue das outras profissões no ramo da saúde e da reabilitação. Além disso, outras competências essenciais ao TO são a capacidade para motivar, ensinar e observar, a comunicação e o estabelecimento de objetivos realistas.
De uma forma muito prática, somos os profissionais que se preocupam com o que a pessoa “faz” e se esse “fazer” vai ao encontro dos seus desejos e necessidades. Nesta faixa etária, com tantos acontecimentos, tais como a transição para a reforma; a morte do conjugue; a perda e aquisição de novos papéis ocupacionais; as perdas cognitivas, físicas e/ou emocionais; o processo de revisão de vida; entre outros, é essencial que a intervenção se foque na abordagem das Atividades de Vida Diária (AVD’s), na promoção da participação social, na manutenção de uma rotina e papéis significativos, no apoio da transição ocupacional e revisão de vida, entre outros aspetos.
Na AFID Geração existem duas terapeutas ocupacionais, que intervêm na ERPI (Estrutura Residencial para Pessoas Idosas) e no projeto UNE (Unidade de Neuroestimulação). O objetivo primordial é intervir com as pessoas, com o intuito de promover o bem-estar, a qualidade de vida, mantendo a sua identidade ocupacional e dignidade. Tendo, sempre, em atenção as necessidades e desejos de cada pessoa.
É de referir que a abordagem das TO’s tem como base ver a pessoa como um ser único e de forma holística. É de salientar, também, que a avaliação à pessoa e ao ambiente tem um papel fundamental de modo a ser realizada uma intervenção adequada e única, com os objetivos terapêuticos delineados, tendo sempre em vista as necessidades de cada pessoa, assim como a sua identidade ocupacional. As atividades/sessões que dinamizamos na ERPI e no UNE, tem o objectivo primordial de estimular ou manter as competências individuais de cada cliente. Desenvolvemos variadas atividades para ir ao encontro das características individuais e únicas dos nossos clientes, tendo em atenção as suas dificuldades, as suas necessidades e desejos. Pretendemos com estas atividades, que as pessoas sejam autónomas em todas às áreas da sua vida.
As actividades que decorrem no dia-a-dia da ERPI e do UNE são: Estimulação cognitiva; Treino de Alimentação e Atividades de Vida Diária (higiene e vestir/despir), nestas duas áreas pretendemos que os nossos clientes sejam os mais autónomos possíveis; mobilizações e massagens terapêuticas; Promoção da marcha e sessões de movimento (tem o objectivo de estimular e/ou manter as competências físicas, para que os nossos idosos tenham uma vida ativa); Sessões de Snoezelen (pretendemos que os clientes tenham um momento de relaxamento e estimulação sensorial); e na sessão musical / atividade lúdica (promovemos momentos sociais e de lazer, em que temos o objectivo de estimular a comunicação e interacção entre os clientes).
Faz, ainda, parte das funções das TO’s a avaliação, atribuição e treino na utilização das ajudas técnicas e estratégias sugeridas para facilitar a participação e o desempenho ocupacional das pessoas nas ocupações do seu quotidiano. As sessões que realizamos com os nossos clientes podem ter um carácter individual ou de grupo. No entanto, as atividades que dinamizamos com maior frequência são as de grupo, uma vez que nesta fase de vida têm bastantes benefícios terapêuticos, como o estabelecimento de relações interpessoais, a comunicação entre pares e, consequentemente, a diminuição do isolamento.
Outros aspetos importantes a referir, é que ao trabalharem em grupo e interagirem entre eles, existe o reconhecimento e apreciação do grupo, que fazem com participem e se envolvam nas actividades que são propostas. Deste modo, os nossos clientes têm uma rotina variada, desempenham diferentes papéis e envolvem-se em actividades que lhes são significativas, mantendo a sua identidade ocupacional.
Texto da autoria de: Ana Lúcia César e de Rita Fernandes, Terapeutas Ocupacionais na Estrutura Residencial para Pessoas Idosas (ERPI) da Fundação AFID Diferença.
Bibliografia:
Almeida, R. (2011). A terapia ocupacional como recurso para idosos institucionalizados: Um estudo de avaliação das necessidades ocupacionais. Mestrado em Saúde e Envelhecimento. Lisboa: Faculdade de Ciências Médicas.
Davis, J. & Polatajko, H. (2004). The occupational development of children. In C. Christiansen & E.A. Towsend (Eds). Introduction to occupation: the art and the science (Ch.7). Upper Saddle River, NJ: Pearson Education.
APTO – https://www.ap-to.pt/ – (06.09.2018, 14:30h)
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