Se, em 1961 Portugal era um país jovem, do ponto de vista demográfico, hoje a realidade apresenta-se muito diferente, pois manifesta já uma estrutura etária muito envelhecida (pela primeira vez o número de jovens foi superado pelo número de idosos no ano 2000), apesar de, no quadro comunitário, ocupar ainda um lugar intermédio.
A literatura aponta para o aumento do número de idosos que passará de 2,1 para 2,8 milhões entre 2017 e 2080. Face ao decréscimo da população jovem, a par do aumento da população idosa, o índice de envelhecimento mais do que duplicará, passando de 147 para 317 idosos por cada 100 jovens em 2080. Segundo a PORDATA, o índice de envelhecimento em Portugal em 2016 era de 148,7%, comparativamente a 1961, que era de 27,5%. Segundo a mesma fonte, o índice de dependência de idosos em 2016 apontava para 32,1%, sendo que em 1961 era apenas de 12,7%. Já o índice de longevidade em 1961 era de 33,6% e em 2016 é de 48,8%.
Ora, perante esta realidade e, com a evidência que o envelhecimento continuará a acentuar-se, este fenómeno transformou-se num desafio, quer pela sua intensidade, quer sua pela amplitude, uma vez que associado ao processo de envelhecimento surgem um conjunto de alterações biológicas, psicológicas e sociais que vão acontecendo ao longo da vida de uma Pessoa. Neste sentido e, no âmbito das políticas sobre o Envelhecimento Ativo, constitui-se um imperativo, nos dias de hoje, apostar em políticas que visem promover a longevidade mais saudável e produtiva onde as pessoas idosas assumem papéis de maior relevo até mais tarde.
O conceito de envelhecimento ativo
Deste lastro, emerge o conceito de envelhecimento ativo, adotado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) nos anos 90, que nos remete para um “…processo de otimização das oportunidades para saúde, participação e segurança de modo a realçar a qualidade de vida na medida em que as pessoas envelhecem” (WHO, 2002:12).
Assim, o incremento da qualidade de vida preconizado como objetivo fulcral do envelhecimento ativo, contempla não unicamente indivíduos saudáveis e ativos, mas também indivíduos frágeis, fisicamente incapacitados ou que necessitem de cuidados. Pelo que, além das políticas e programas que incrementam a saúde física, são igualmente importantes aquelas que promovem as relações sociais e a saúde mental.
“Com a formação pretende-se consolidar e capacitar respostas integradas e integradoras”
Importa, assim, intensificar a importância da formação dos cuidadores informais, figuras essenciais na continuidade da intervenção com as pessoas idosas, ao nível da comunidade ou em outro tipo de respostas sociais.
Com a formação pretende-se consolidar e capacitar respostas integradas e integradoras que visem criar sinergias para assegurar o bem-estar e promover a qualidade de vida das pessoas idosas, com ou sem deficiência, em processo de envelhecimento e das respetivas famílias, bem como, promover a disseminação do conhecimento, a partilha de técnicas e ferramentas de intervenção e, a reflexão sobre a temática alargada do envelhecimento.
Estimular para o exercício de cidadania, através de processos de mudança ao nível individual, da comunidade e das instituições, valorizando-se a comunicação e a criação de espaços de participação acessíveis, como instrumento da cidadania. E, participar como veículo privilegiado de empowerment pessoal e familiar de coresponsabilização, aprendizagem e melhoria contínua da eficácia e da qualidade de vida, pois sejamos inconformados e rejeitemos o conceito de “depósitos de pessoas”, assumindo com inovação um novo paradigma, uma nova conceção de prestação de cuidados à luz de um cuidar inclusivo e participativo, isto é, permitir que um número mais alargado de pessoas possa incorporar os conhecimentos, a prática e, trabalhar na melhoria contínua da práxis de inclusão social dos idosos pela saúde.
Texto de: Ana Paula Ventura, Centro Hospitalar MediaTejo, Direção de Enfermagem
Bibliografia:
Cabete, D. (2005). O idoso, a doença e o hospital: O impacto do internamento hospitalar no estado funcional e psicológico das pessoas idosas. Loures: Lusociência.
Fonseca, A.M. (2004). O envelhecimento: Uma abordagem psicológica. Lisboa: Universidade Católica Editora.
Pordata, INE
WHO, 2002
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