A formação profissional de pessoas com deficiência tem como objetivo “capacitar e certificar pessoas que cumprindo os requisitos por lei pretendam ingressar ou reingressar no mercado de trabalho[1]”.
Numa primeira instância, os cursos de formação profissional com as suas duas componentes (Formação para a Inclusão e Formação Tecnológica) pretendem preparar os formandos para a realidade do contexto de trabalho, quer ao nível dos comportamentos e atitudes a adotar, quer ao das técnicas profissionais exigidas, ou seja, pretende-se que os formandos adquiram uma autocapacitação e uma identidade ativa.
Após esta primeira instância do processo formativo, a prática em contexto de trabalho é importante para os formandos poderem colocar na prática e na realidade do trabalho os conhecimentos adquiridos na formação, assim como ganharem uma identidade profissional.
Assim, é importante haver empresas que abram as suas portas para receberem formandos para as suas práticas em contexto de trabalho.
Uma das formações da Fundação AFID é a formação em Padeiro(a)/Pasteleiro(a), onde no decorrer do ultimo ano alguns dos formandos, após a conclusão da primeira parte do processo formativo, puderam fazer a sua prática em contexto de trabalho na Padaria Portuguesa[2].
O Tomás Gonçalves foi um dos jovens que teve a oportunidade de poder ter pela primeira vez contacto com o mercado de trabalho na fábrica da Padaria Portuguesa. Se no primeiro contacto o nervosismo foi o sentimento dominante, com o decorrer do tempo e o desenrolar das relações sociais e profissionais, houve por parte do Tomás um desenvolvimento a nível social e profissional, pois verificou-se uma maior autonomia, confiança e segurança no trabalho que estava a desempenhar, levando a uma aceitação das suas próprias competências.
Este crescimento pessoal para o Tomás foi possível pois, por parte da entidade que o estava a receber, houve consideração pelas suas características, competências e potencialidades.
“Estar na Padaria Portuguesa foi bom porque apendi muita coisa. Os colegas ajudaram muito, principalmente o chefe Tiago.” Tomás Gonçalves
Em suma, esta prática em contexto de trabalho é importante, não só para aqueles que nunca tiveram qualquer experiência com o mercado de trabalho, mas também para os que já a tiveram, voltarem a adquirir rotinas e verem validadas as suas competências.
Após o período na Padaria Portuguesa, os formandos sentiram-se capazes, realizados, autoconfiantes, úteis e com um sentimento de participação na vida ativa da sociedade.
Esta experiência é uma porta aberta à autonomia dos formandos e à sua independência, mas também a uma sociedade mais inclusiva e a um mercado de trabalho mais diversificado.
É verdade que são cada vez mais as empresas abertas a estas oportunidades de experiência, no entanto, ainda há um longo percurso a percorrer, quer para haverem mais oportunidades de experiências práticas em contexto aberto de mercado de trabalho, mas depois também a contratação destas pessoas.
Em nome da Fundação AFID, mas acima de tudo dos formandos um muito obrigado à Padaria Portuguesa e a todos os seus colaboradores que acolheram e nos continuam a acolher.
Texto da autoria de Ana Sofia Sousa, Formadora da Formação Profissional da Fundação AFID Diferença:
[1] Os destinatários encontram-se definidos no artigo 5º do Capitulo II, do Anexo 1, do Despacho nº9251/2016, de 20 de julho.
[2] https://www.apadariaportuguesa.pt/
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